Escritor Mário Quintana

 

Mário de Miranda Quintana (1906-1994) foi um dos mais importantes escritores e poetas brasileiros. Natural de Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul, Quintana destacou-se por sua escrita lírica, marcada pelo humor sutil, a simplicidade, e a profundidade. Ele é conhecido como o "poeta das coisas simples", já que seu trabalho frequentemente aborda temas cotidianos de forma sensível e acessível.

Principais características de sua obra:

• Linguagem Simples e Direta: Quintana utiliza uma linguagem que parece descomplicada, mas que carrega grande profundidade filosófica e emocional.
• Humor e Ironia: Seus textos frequentemente combinam humor leve e reflexões profundas, criando contrastes únicos.
• Reflexões sobre a Vida e o Tempo: A passagem do tempo, os dilemas existenciais e a busca pela essência da vida são temas recorrentes.
• Influência no Modernismo: Embora ele não tenha sido um modernista clássico, sua obra compartilha muitas das características do movimento, como a liberdade formal e o foco na subjetividade.

Obras mais conhecidas:

1. "Espelho Mágico" (1945): Uma coletânea de poemas que reflete sua habilidade em transformar o cotidiano em poesia.
2. "O Aprendiz de Feiticeiro" (1950): Outra antologia de poemas que reforça seu estilo único.
3. "Quintanares" (1976): Uma obra em que ele reúne vários de seus poemas, mostrando sua maturidade poética.
4. "A Rua dos Cataventos" (1940): Sua primeira obra publicada, com sonetos bem elaborados.
5. "Nova Antologia Poética" (1981): Uma coletânea de textos que destaca sua trajetória poética.

Curiosidades:

• Ele nunca se casou nem teve filhos, levando uma vida reclusa e dedicada à literatura.
• Passou boa parte da sua vida em Porto Alegre, hospedado em pensões e hotéis.
• Foi traduzido para diversos idiomas, levando sua poesia para além do Brasil.
• Apesar de ser amplamente reconhecido, nunca foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, o que motivou sua famosa frase:
  "Todos esses que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão... eu passarinho!"

Obras em Destaques

Venda no site Amazon clique na foto Espelho mágico' é formado por 111 quadras de grande variação métrica, escritas em 1945, conforme indica Mario Quintana. Cada uma delas, distintamente numerada, tem seu próprio título que, além de anunciar, muitas vezes também trata de explicar o significado dos poemas. O tom de humor - marcante na personalidade do poeta - faz-se claro nesta obra, em versos de fina ironia que também dão espaço à preocupação acerca do fazer poético.

Venda do livro site Amazon clique na foto Lançados em 1950 e 1951, os dois volumes aqui reunidos marcaram a definitiva maturidade de Mario Quintana como poeta. Ao mesmo tempo, cada um deles relacionava-se com o outro como imagem invertida no espelho. De um lado, a poesia com liberdade de O aprendiz de feiticeiro. De outro, as quadras moralizantes, mas nem por isso moralistas, de Espelho mágico. Atravessando esse dois espelhos, o leitor encontra-se enredado no maravilhoso universo, puramente mental, da essência lírica. Como diz o poeta: “... o divino anseio/ Da beleza suprema...” Com O aprendiz de feiticeiro e Espelho mágico, Mario Quintana mostrava-se senhor seguro do ofício poético. Nesses livros, o aprendiz na verdade virava mestre: de versos, ventos, anjos, canções. No primeiro deles, soltava definitivamente a mão, liberando a imaginação a ponto de incorporar certo clima onírico e mítico, de ressonância surrealista. Já em Espelho mágico, temos exercícios rigorosos de concisão, a serviço da afirmação, sem arrogância, de sabedorias de vida. Em relação aos livros anteriores de Quintana, O aprendiz de feiticeiro traz diversificação formal e temática. Os versos incorporam narratividade, distendem-se, tornam mais flexível a linguagem poética. Espelho mágico é caso interessante na trajetória do poeta, por ser construído à base do pastiche de poesia já existente. Algumas das fontes originais desses poemas são identificadas por Quintana na nota ao final do volume. Outras, porém, como ele próprio confessa, foram retidas “ao acaso da preguiçosa e desconexa leitura de almanaques e revistas”. Nada há, porém, de desconexo nesses dois livros. Ao contrário, deve-se ressaltar o caráter altamente estruturado não só de cada um, como do conjunto total que os dois livros afinal formam.

Venda do livro site Amazon clique na foto"A Rua dos Cataventos" é a obra inaugural de Mario Quintana, publicada em 1940, que já revela as características marcantes de sua poesia: a leveza, o tom conversacional e o lirismo impregnado de humor e melancolia. Essa coletânea de 35 sonetos exemplifica a habilidade do poeta em equilibrar a aparente simplicidade do conteúdo com o rigor formal da estrutura clássica

Quintana combina uma cadência prosaica e afetiva, repleta de coloquialismos, com a métrica e a rima tradicional, criando um contraste entre a fluidez das ideias e a fixidez da forma poética. Os temas envolvidos nos sonetos – como o tempo, a memória, a vida cotidiana e o efêmero – anteciparam os motivos que em

Este livro não apenas apresenta o leitor ao universo poético de Quintana, mas também apresenta alguns de seus sonetos mais memoráveis, consolidando-o como um mestre da poesia brasileira e um renovador do gênero, ao transformar a forma fixa do soneto em um espaço para a expressão de uma sensibilidade

Venda do livro site Amazon clique na foto Publicada originalmente em 1981, Antologia poética apresenta uma seleção do próprio Mario Quintana, que optou por uma divisão temática de seus poemas. Estão presentes os motivos mais emblemáticos do poeta: o humor, o despojamento, o devaneio, o sobrenatural, a infância, o cotidiano. O conjunto forma um curso prático não só da poesia de Quintana, mas da poesia moderna como um todo, naquilo que ela tem de mais característico: o lirismo intimista e o verso livre. Com prefácio de Eucanaã Ferraz, que discute em profundidade não só a coletânea, mas também faz um balanço preciso da obra de Quintana, esta é uma ótima porta de entrada para os leitores que querem ter contato com este poeta essencial.