Filho de João Joaquim da Silva Guimarães, também
poeta, e de Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Casou-se com Teresa Maria
Gomes de Lima Guimarães, e tiveram oito filhos: João Nabor (1868–1873), Horácio
(1870–1959), Constança (1871–1888), Isabel (1873–1915), Affonso (1876–1955),
também escritor, autor de Os Borrachos e Ossa Mea, sob o nome de
Silva Guimarães, José (1882–1919), Bernardo (1832–1955) e Pedro (1884–1948).
Formou-se na 20ª turma da Faculdade de Direito
de São Paulo, em 1851, colando grau em 15 de março de 1852, e nesta cidade
tornou-se amigo dos poetas Àlvaro de Azervedo (1831–1852).
Obras em Destaques Escritor do Livro Escrava Isaura
O seu livro mais
conhecido é A Escrava Isaura. Foi publicado pela primeira vez em 1875,
pela Garnier. Conta as agruras de uma bela escrava branca que vivia em uma
fazenda na região norte do Estado do Rio de Janeiro, em Campos dos
Goytacazes.
O romance foi levado à
tela da Rede Globo de Televisão em 1976 e em 1977 e à da Rede
Record em 2004 (Ver Escrava Isaura (1976) e A Escrava
Isaura (2004), respectivamente). A versão da Globo foi exportada para
cerca de 150 países. Na China, protagonizada por Lucélia Santos,
a Escrava Isaura foi assistida por mais de 1 bilhão de pessoas. Uma
edição do livro naquele país teve pelo menos 300 mil exemplares. O romance é
considerado por alguns críticos como antiescravista. José Armelim Bernardo
Guimarães (1915–2004), neto do escritor, argumenta que, se a história fosse de
uma escrava negra, não chamaria a atenção dos leitores daquela época para a
questão da escravidão. O livro de Bernardo Guimarães mais bem aceito pela
crítica é O seminarista, cuja primeira edição é de 1872. Permanece atual
porque questiona o celibato dos padres. Conta a história de um fazendeiro
de Minas Gerais que obriga o seu filho a ser padre. Eugênio, o filho,
ama desde criança Margarida, filha de uma agregada da fazenda. Ele tenta abandonar
o Seminário de Congonhas em Minas Gerais, mas o pai dele, o capitão
Antunes, inventa que Margarida se casou. Eugênio se ordena. Mas ele se
endoidece no dia em que volta a sua cidade para rezar a sua primeira missa e se
depara, na igreja, com um cadáver, o da Margarida, que tinha estado muito
doente.
Duas das poesias mais
conhecidas são consideradas pornográficas, embora não sejam do período
bestialógico. Trata-se do O Elixir do Pajé e A Origem do
Mênstruo. Ambas foram publicadas clandestinamente em 1875.
Em 1852,
tornou-se juiz municipal e de órfãos de Catalão (Goiás). Exerceu
o cargo até 1854. Em 1858, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1859,
trabalhou como jornalista e crítico literário no jornal
Atualidade, do Rio de Janeiro. Em 1861, reassumiu o cargo de juiz municipal e
de órfãos de Catalão. Foi quando, ao ocupar interinamente o juizado de direito,
Bernardo Guimarães convocou uma sessão extraordinária do júri, que liberou 11
réus porque a cadeia não estava em condições de abrigá-los. Em 1864, volta para
o Rio de Janeiro. Em 1866, é nomeado professor de retórica e poética do Liceu
Mineiro, de Ouro Preto. Em 1867, casa-se. Em 1873, leciona latim e francês em Queluz (Minas
Gerais). Em 1881, é homenageado pelo imperador Dom Pedro II. Morre pobre
em 10 de março de 1884.